Por Paulo Silber
Não se fala de outra coisa da Baía do Guajará ao Rio Maguari. Do Canal do Mata-Fome ao Tucunduba. Da Cidade Velha ao PAAR. Diz que já tem até um bolão rolando na Cremação. Não duvido. Mas, afinal, quais as chances do novo Papa vir bater a batina na COP 30, em Belém?
Eu boto fé. Embora não tenha religião, acredito piamente no poder da oração. Se o povo católico consegue botar 2 milhões de pessoas nas ruas para percorrer 4 quilômetros por 5 a 6 horas, debaixo de Sol e no maior sufoco, trazer Leão XIV para a Conferência do Clima é galho fraco.
Ou não. É sempre bom lembrar que, por mais pop que seja um papa, a agenda do cara é uma loucura. Pensa num caboclo ocupado. Mais do que workaholic, o papa é um workatolic. É o pastor com o maior rebanho do planeta: 1,4 bilhão de ovelhas. Acabou de assumir, mas já tem compromisso com Deus e o mundo.
Mas não se deve esquecer, também, que o Brasil tem 182 milhões de católicos, a maior quantidade da Terra. Dizem ainda que o próprio Deus é brasileiro. Dizem... O que se sabe, com certeza, é que a mãe de Jesus, Nossa Senhora (carinhosamente chamada de Nazica, por aqui), é Rainha da Amazônia e padroeira do Pará. Te mete!
Então, como se diz: se Deus quiser e Nossa Senhora de Nazaré permitir, o simpático Robert Prevost, agora Leão XIV, um sujeito com raízes europeias, yankee de nascimento, mas latino-americano de coração, virá sim pra COP 30. Vai fazer história, tornando-se o segundo papa a visitar nossa querida Manga City.
Aliás, com a vinda do Papa, a ausência de Donald Trump vai preencher uma lacuna. E eu não duvido, escreve aí, eu não duvido que, neste calor umedecido de Belém, o papa gente boa Leão XIV, que já tomou uma cervejinha mais ou menos em Minas, não vai resistir a uma Cerpinha estupidamente gelada em Belém. Oh, Pai!
Fotos: Arquivo da Arquidiocese de Belém e Vatican News