Estudo revela como autorizações oficiais são usadas para venda ilegal de madeira extraída na Amazônia

03/04/2025 12:30
Estudo revela como autorizações oficiais são usadas para venda ilegal de madeira extraída na Amazônia

Um estudo divulgado pelo jornal O Globo nesta quinta-feira, 3, mostra sobre o esquema de venda ilegal de madeira extraída na Amazônia.

Uma investigação do Environmental Investigation Agency (EIA), grupo internacional que pesquisa crimes ambientais na Amazônia, revelou que 53 mil cúbicos de madeira, o suficiente para encher 1.828 contêineres marítimos, foram vendidos após graves evidências de extração ilegal, entre 2019 e 2024.


O relatório do EIA, publicado nesta quinta-feira, detalha o passo a passo dessa dinâmica e mostrou como madeireiros da Amazônia conseguem burlar as regras usando autorizações oficiais. A entidade cruzou dados públicos, das autorizações de extração de madeira concedidas pelo governo do Pará, com imagens aéreas das florestas onde houve, ou deveria haver, a extração. Assim, foram identificadas quatro áreas com evidências de ilegalidade.


Em dois casos, os pesquisadores descobriram que aconteceu a venda de madeiras registradas como oriundas de sítios onde as imagens aéreas mostram florestas intactas. As suspeitas são de que as madeiras vendidas vieram de outros locais, provavelmente de áreas de preservação onde a extração não é permitida, e a autorização oficial teria sido usada para "lavar" essas madeiras extraídas ilegalmente.


Nos outros dois casos, os sítios autorizados foram realmente desmatados, mas em desrespeito às regras que regulam a extração legal e sustentável. O Ibama chegou a embargar essas operações, por causa de desmatamento ilegal em uma situação e de garimpo ilegal em outra, mas nem assim as autorizações estaduais para extração foram suspensas.


Os casos identificados envolveram, além dos quatro sítios e fazendas, 19 serrarias, 16 exportadores e 30 empresas de EUA e Europa, como destinos finais. Essa rede precisa seguir leis, nacionais e internacionais, para atestar a origem legal das árvores. Mas as regras atuais parecem insuficientes. Das 19 serrarias e 16 exportadoras, 12 e 14, respectivamente, já foram multadas pelo Ibama, em investigações diterentes das analisadas pelo EIA.


A pesquisa denuncia o problema da falta de integração entre Ibama e órgãos estaduais no combate a crimes ambientais e o monitoramento precário sobre as atividades autorizadas.


Créditos da imagem: SEMAS.

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