Empreendedorismo na veia! E mais: diversão, boa gastronomia e superação. Tudo isso no podcast do Amazônico, no YouTube.

19/06/2024 08:00
Empreendedorismo na veia! E mais: diversão, boa gastronomia e superação. Tudo isso no podcast do Amazônico, no YouTube.

Bruno Ayres, o caçula dos três, João Barros, da Marinha Mercante para o mundo dos negócios e inventos, e Maurício Façanha, dos octógonos e teles da vida para a geração de emprego e renda - oxalá às centenas -, têm algo em comum: são vendedores natos.

Acima de tudo, Bruno, o primeiro dos entrevistados, tem estilo. Na casa dos 30, é mestre em biologia, ama pescaria (esportiva) e, de professor universitário, fez história na night paraense com o Iron Pub, um bar raiz quanto ao nome de batismo, que durou uma inesquecível temporada até ser atropelado em sua proposta de sucesso por uma pandemia que havia pelo meio do caminho.

Com efeito, na segunda década deste século XXI, o pub do Bruno “Louro” contou com infinitas noites de fila na porta e muito rock na área. Para quem está na casa dos 50 em diante, um local onde escutar o ritmo celebrizado pelos Beatles e os Rolling Stones soa como música preferida pros ouvidos, tudo muito natural.

Mas pra geração do Bruno e outras após, sertanejo e pagode são o que há pra rapaziada, e o que toca na trilha sonora deles, na absoluta maioria dos casos. Logo, o altivo Louro furou a bolha e meteu ficha, sendo recompensado. Palmas pra ele. Do Iron nasceu a parceria com os sócios no Muamba Bar e Coquetéis.

Sobre essas jornadas, casamentos, outras paixões, pets e o que vem por aí, ele contou tudo pra gente, oportunidade em que nos presenteou com uma garrafa da cachaça do bar deles, a Muamba. A “cana” é uma delícia. E as histórias do Bruno, tão boas quanto. 

João Barros a mil por hora

Ele trocou as travessias pelos oceanos da vida quando a então Abelhuda, fundada em 1995, contava cinco primaveras. O ano era o cabalístico 2000, e João enfim se libertava das asas da influência materna para que seguisse a carreira oferecida em Belém pelo Centro de Instrução Almirante Brás de Aguiar (CIABA) e fosse rumo a novos mares e horizontes.

Quase três décadas depois, com uma mudança de nome, no quadro societário e um sucesso gigantesco entre os moradores de Belém, a antiga doceria se tornou a Amorosa, que permanece sendo a joia da coroa do empreendedor nato em que João se transformou.

Todavia, de lá pra cá, ele virou consultor e tem muita coisa boa na cidade com o dedo ou dicas dele para os jovens empreendedores com quem ele troca ideias e faz sugestões. João foi sócio da Massa Leve e comprou o restaurante do qual se tornou cliente após descobrir um câncer, o Santa Orgânica.

Com ele não tem tema tabu. Fala sobre tudo e todos com loquacidade e conhecimento de causa sem parecer professoral ou pedante. Católico fervoroso, nossa conversa foi mais um aprendizado neste ciclo de “trocação”, pra usar uma palavra do jargão futebolístico, desde que iniciamos esta jornada do podcast.

Antigamente se chamava de CDF o que hoje definem como “nerds”. Pois João assim parece, o que faz dele conferencista até fora de Belém. Por aqui, hoje ele emprega quase 200 pessoas e mantém uma rigidez de quartel em sua rotina até outro dia espartana.

Até outro dia porque ele nos deixou uma imagem de que a sua vida é um “antes e depois” da doença. Há menos de quatro anos, durante a pandemia, a compra do restaurante e a calamidade o fizeram descobrir os caminhos que levam ao vinho…

… E como tudo que faz na vida, o empresário virou um especialista raiz no assunto. Todavia, segundo ele, o melhor estava por vir e, na esteira da imersão no mundo de Baco, ele criou uma taça muito especial: A taça Áurea.

Para falar deste invento, precisa-se familiarizar-se com temas que versam sobre a proporção áurea, triângulos-retângulos pitagóricos, sistema linear e resolução cuja medida é a própria criação dele.

O ângulo da tangente de um ponto de corte da taça é igual a inclinação da face da pirâmide de Quéops. E mais: além do triângulo pitagórico, a criação da taça Áurea envolve a espiral de Fibonacci e o número Pi.

Tudo que é colocado nela melhora o sabor. De vinhos à água, seu interior é energizado pelo campo eletromagnético da Terra. João crê que a taça pode ser sua grande contribuição como empresário e cristão.

Ele conta tudo. Quem assiste não se arrepende. E quem bebe na taça idem, também posso afirmar.

Maurício Façanha, o criador do Ver-O-Açaí

Quem tem mais de 40 anos e luta ou praticou jiu jitsu conhece de nome ou foi aluno do Maurício “Bocão”. Lenda da modalidade em Belém, ele foi pai de gêmeos muito novo e tinha responsabilidades pela frente e sonhos a realizar.

Ao lado da sua companheira da vida inteira, Maurício seguiu uma trajetória de crescimento e reconhecimento na área das teles e teve de deixar a academia para trás, naquela que seria uma das decisões mais fodas que a vida lhe impôs.

Apaixonado pela família, tendo uma espécie de veneração pela mãe, o empreendedor Maurício Façanha ia sendo forjado em meio a desafios, aprendizado e outro tanto de renúncias que culminaram numa crise de pânico que poderia ter tido consequências devastadoras.

Maurício rodou essa Amazônia e a América do Sul por todo lado. No seu íntimo, a cada deslocamento nascia o projeto da sua vida, que tinha tudo a ver com o futuro que queria para si e era fundamentado e sedimentado no seu passado de integração familiar e pessoal com a terra natal, mas, sobretudo, fruto de um sonho materno.

Com quase três décadas de dedicação, o cara forte, um touro, quase imbatível no tatame, era um poço de sensibilidade e amor a toda prova pela mãe, esposa, filhos, Amazônia e Belém e queria voltar para casa. Era hora, sobretudo após sua heroína descansar de uma enfermidade fulminante.

A dor da perda foi mais um capítulo para a formatação do Ver-O-Açaí, estrela da companhia compreendida no Ver-A-Amazônia, um sonho abrangendo empreendedorismo, gastronomia e cultura, o projeto supracitado de vida dele.

Uma criação que rende frutos, unidades, emprego e renda para quase uma centena de pessoas e tem em sua concepção, desde sempre, muita inspiração, dedicação, transpiração e paixão do início ao fim.

Na nossa conversa, o Façanha revelou em primeira mão o lançamento de um livro de pintura com as temáticas e personagens presentes nas unidades do restaurante que mais parece uma fábrica de cinema, uns mini estúdios gastronômicos, espécimes da realidade mais genuína local e uma gastronomia de altíssimo nível.

São inspirações inequívocas. Pessoas do bem e líderes na acepção da palavra que fazem toda a diferença. Só tenho a agradecer mais uma vez pela presença dos três.

Assistam e tirem suas conclusões.


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